que se disseminarão pelas colônias militares, equivaleria a: 1° conquistar duas terças partes do nosso território; 2° adquirir um milhão de braços aclimados e utilíssimos; 3° assegurar nossas comunicações para as bacias do Prata e do Amazonas; 4° evitar, no futuro, grande efusão de sangue humano e talvez despesas colossais, como as que estão fazendo outros países da América."
Precedendo à públicação do curso de língua geral pelo método de Ollendorf, o General Couto de Magalhães dedicou estas linhas ao leitor:
"Não escrevi este livro, amigo leitor, por ambição de glória literária, e sim com a de ser útil, concorrendo com uma pedra para o edifício da grandeza de nossa pátria. Como trabalho científico, sei que ele está cheio de imperfeições e lacunas; como trabalho prático, como método de ensino de língua, tenho consciência de que é um bom livro, porque é nele que, pela primeira vez, se aplica à língua mais geral dos selvagens do Brasil o método que os modernos filólogos europeus hão inventado para vulgarização das línguas vivas.
O constante testemunho da história demonstra que por toda parte, e em todos os tempos em que uma raça bárbara se pôs em contato com uma raça civilizada, esta se viu forçada ou a exterminá-la, ou a ensinar-lhe sua língua.
Ora, o ensino de língua só é possível quando discípulo e mestre possuem uma, comum a ambos, na qual se entendam.
Para que os selvagens, que não sabem ler, que não possuem capitais acumulados, aprendam o português, é necessário que nós, que sabemos ler, os habilitemos a isso por meio de intérpretes, que, conhecendo a língua deles, lhes possam ensinar a nossa.