cascalho aurífero. M. Helmreichen assinalou em depósitos diamantinos, ao pé de Diamantina, dardos ou pontas de flecha, dois de quartzo e um de petro-sílex. Nas notas deixadas por M. Clausen a respeito de um animal de espécie extinta, enviado por este viajante do Brasil para o Museu de Paris, lê-se: "Apenas uma vez encontrei entre os ossos de um animal de espécie extinta, Platyoni Cuvierii, fragmentos de louça, cobertos de uma crosta delgada de estalagnite [estalagmite]. O terreno não parecia ter sido revolvido. Resulta evidentemente deste fato a contemporaneidade do homem e deste animal, que só se encontra nos depósitos antigos da época quaternária. Crânios humanos foram descobertos pelo dr. Lund nas cavernas do Brasil; mas, tendo sido tais depósitos revolvidos pela água, ele não ousava afirmar a contemporaneidade do homem no Brasil com os animais de espécies extintas, no meio dos quais ele encontrou os crânios."
Não há negar que estes fatos seriam provas irrespondíveis, se a idade dos terrenos em que foram encontrados fosse determinada pelos autores que os citam por própria inspeção visual e imediata dos cascalhos.
A este respeito eu me animo a opor dúvida, porque o dito de um mineiro, que afirma ter encontrado tais objetos em um cascalho diamantino ou aurífero, não importa que esse objeto tenha sido encontrado em depósito quaternário.
Sou filho de um distrito diamantino; conheço os depósitos de cascalho de Diamantina, na bacia do Jequitinhonha, do Abaeté, na do S. Francisco, de Bagagem, na província de Minas, e do Veríssimo, Pilões, Rio Claro e Caiapozinho, na de Goiás; do Passa-Vinte, Barreiro, Rio das Garças, Cachoeirinha, em Mato Grosso. Em todos estes lugares os mesmos trabalhadores