que concorrerão para tornar mais claro este assunto de classificação.
O notável professor inglês sr. Max Müller, seguindo as imortais pegadas da Grammatica Comparativa de Bop, classificou todas as línguas humanas em três grandes seções: línguas monossilábicas, línguas de aglutinação e línguas de flexão.
São monossilábicas aquelas em que cada sílaba tem um significado.
São de aglutinação aquelas em que as raízes primitivas, as monossilábicas, têm em grande parte perdido o seu significado quando isoladas, mas que adquirem um, desde que entrem em composição com outra raiz. É neste tronco que devem ser classificadas as nossas línguas americanas, e o seu tipo é a turana.
São línguas de flexão aquelas em que as raízes já totalmente se perderam, de modo que o pensamento nunca pôde ser expresso senão por meio de nomes de maior ou menor número de sílabas, mas que não são uma raiz. O sânscrito e o hebraico são tipos desta família, a que pertencem também o português e as línguas europeias.
Esta classificação, denominada morfológica, porque se limita à forma externa, a aparência da língua, se nos é lícito expressarmo-nos assim, significa apenas maior ou menor grau de adiantamento de uma língua; não indica de modo algum qualquer grau de parentesco entre elas.
Quando a antropologia estiver mais adiantada, a linguística, sua filha primogênita, há de fixar regras de uma classificação mais profunda das línguas, e muito provavelmente esta classificação, partindo de caracteres mais íntimos do que a sua forma externa, há de auxiliar a classificação das famílias humanas e vice-versa; esta há de, por sua vez, auxiliar a das línguas.