mas o estado das coisas exigia prudência e reclusão. Sofremos na Bahia o cerco das tropas Brasileiras, a peste e a fome, fome acerba, até que no dia 2 de julho de 1823, Madeira deixou a cidade e os brasileiros entraram. Nunca vi espetáculo mais esplêndido, do que a esquadra portuguesa, acompanhada de cinquenta navios, saindo da linda Bahia, e levando a seu bordo tropas portuguesas e todas as que não aderiram à Independência do Brasil! Isso unido ao prazer, que todos nós sentíamos vendo vitoriosa nossa parcialidade, tornava imenso o meu prazer! Como o Snr. Dom Pedro I tinha declarado revalidar todas as Mercês e despachos, feitos por Seu Augusto Pai, obteve meu Pai as suas cartas de Desembargador da Bahia, tomou posse e entrou em exercício. Durante o cerco da Bahia teve minha mãe a última filha, que meu avô batizou in articulo mortis com o nome de Felícia. E com efeito faleceu no mesmo dia, e foi enterrada na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, em cuja rua morávamos.
Em fins de 1823 ou princípios de 1824 chegaram as cartas de meu Pai, que tomou posse do lugar de Desembargador da Relação da Bahia e Procurador da Coroa onde ganhou grandes inimizades com o Presidente Francisco Vicente Viana, depois Barão do Rio das Contas, porque, como Procurador da Coroa, exigiu que não fossem abonadas a Pedro Ferreira Bandeira,(26) Nota do Leitor as contas que este apresentava no valor de cerca de 150:000$ como tesoureiro do exército pacificador, das despesas feitas com este desde o cerco da Bahia e guerra de independência, sem serem previamente examinadas. Assim é o mundo! Bastou isso para o Ministro da Justiça Clemente Ferreira França, depois