No correr deste ano iniciou-se uma questão que muitos aborrecimentos lhe havia de trazer: a prisão do Tesoureiro das loterias, Saturnino da Veiga, por ordem do Ministro da Fazenda, Gaspar da Silveira Martins:
Em 22-VII-78
"Foi preso o Saturnino, tesoureiro das loterias, por ordem do Chefe de Polícia, à requisição do Silveira Martins. Pediu Habeas Corpus anteontem ao meu Tribunal, e este nem quis ao menos esclarecer-se e negou perentoriamente a ordem por 8 votos contra 7. Eu fui vencido. Pelo meu voto não queria eu soltá-lo já, nem a isso era obrigado; mas queria que o juiz que decretou a prisão desse os motivos, e eu à vista deles, competentemente esclarecido e dando a palavra ao defensor do Paciente, resolveria, ou soltá-lo, ou fazê-lo voltar para a cadeia. A maioria porém, levou-se pelos boatos, talvez pelo medo, pois aqui o executivo é sempre onipotente, e achou que o Governo tinha razão, mesmo sem pedir esclarecimentos."
Em 13-VIII-1878 a questão ainda o preocupava:
"Os magistrados têm sido muito maltratados no "Diário Oficial" em artigos que são atribuídos ao Silveira Martins, só porque a minoria, aliás vencida, se julgou com direito a conceder Habeas Corpus ao Saturnino, tesoureiro das loterias preso por ordem do Gaspar. A maioria já por três vezes tem negado o Habeas. Eu tenho sido sempre vencido. Cabe-me, portanto, a classificação de ignorante ou patronateiro, com que ele obsequiou os que, fundados na expressa disposição de Lei, entenderam, que a prisão é ilegal. Mas os liberais que ameaçavam com a revolução, se não obtivessem reformas, tendo obtida a amplitude e alargamento do Habeas Corpus, agora no Poder recusam a sua conquista e preferem o regime da Turquia. Eu não dou cavaco. Depois do destampatório do "Diário Oficial", já votei duas vezes concedendo o Habeas Corpus e fui vencido, porque os meus colegas têm medo. E têm razão".