obtenho como prêmio de tantos sacrifícios uma aposentadoria acintosa, muito tenho que rir! Ontem, porém, ouvi dizer que a maior cólera é contra Joaquim Marcelino. Pobre velho, a quem os rs. 3:000$000 de gratificação farão falta! Quanto ao mais, como não se invocam peitas, nem infâmias, não hei de chorar.
Eu andava já com ideia de aposentar-me depois das férias, porque estava muito vertiginoso, não posso discutir, vou fazer 70 anos, e queria ver se me davam a Grã Cruz, único prêmio, que aspiro. Assim serei aposentado por castigo. É o mesmo. Cada vez dou mais graças a Deus de ter meia dúzia de arrobas de café, para não depender só de ordenado'!"
Em carta de 20-VIII-78 ainda comenta o caso:
..."Entretanto o Saturnino jaz na cadeia, sem culpa formada. Disto não tem culpa o Imperador, inteiramente passivo nestas cousas e pelo contrário deve ter-se afligido, pois é compadre do Saturnino."
"Estive ontem à noite com o Cansanção... e aproveitei a ocasião para falar de negócios meus... Falei nessas cousas e achei nele a melhor boa vontade, a par da mais fina delicadeza. Falou ele sobre as questões do Habeas-Corpus, que eu queria evitar; à vista do que, disse o que pensava: ele dizia ser da opinião do Silveira Martins, mas até certo ponto, e eu nem até esse ponto lhe concedia. Não sendo porém ocasião de discutir, porque a casa estava cheia de gente, e nós num canto da varanda, isso mesmo disse, e fui falando no meu projeto de aposentadoria no fim deste ano, ao qual ele mostrou opôr-se, mas hei de insistir, porque não se pode servir neste país, e basta de sofrer. Tocando ele na ferida, não pude deixar de mostrar-me magoado por terem sido os Ministros do Supremo chamados de ignorantes e patronateiros no "Diário Oficial". Ele sacudiu isso