Memórias de um magistrado do império

Mas não foram só deste gênero as suas composições. Eis um poema, oferecido a D. Ana Garcez.

Anália Mimosa - Quem há que te vendo

Não fique morrendo d'amores por ti,

Meu fado pr'a ti puxou-me fatal

Foi para meu mal que teu rosto vi

Se o talhe garboso no baile meneias

Os olhos te seguem sem mais te deixar

Se danças, da valsa ao cru rodopio,

Os corações todos tu fazes girar

Se a lira sonora com graça dedilhas

A ouvir-te preparam-se mil atenções

Se lindos romances cantando gorgeias,

Cativas nos peitos fiéis corações.

Ah! Não me apareças, não toques, nem cantes

Não cantes, não fales diante de mim:

Ver o céu aberto, e não poder gozá-lo

É dor muito grande: não pensas assim?

Rio de Janeiro, 9 de junho de 1861.

E ainda este, dedicado a D. Carlota Alvares de Azevedo Japiassú:

Sílfide minha, vaporosa e bela

Rosa singela do imortal jardim

Não és simples mulher, és diva, és nume

Sem teu perfume, que será de mim?

Se longas horas 'stou de ti distante

O teu semblante não me sai da mente

Memórias de um magistrado do império - Página 356 - Thumb Visualização
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