e quando o governo britânico, há alguns anos passados, ordenou seus cruzadores que fizessem uma vigorosa demonstração na costa brasileira, o "Cormorant", da Marinha Real, navegou por esses canais, entrou no porto, e acabou um ninho inteiro de navios negreiros. O forte estava bem situado perto da barra, e H. B. M. "Cormorant" devia passar neste ponto. Depois de uma leve resistência antes de render-se aos seus navios, os capitães dos piratas e tripulações correram por terra para o forte e apontaram os canhões, esperando ansiosamente o "Cormorant" quando ele se encaminhasse para o mar, arrastando seus troféus consigo. Orgulhosamente navegou outra vez através a sinuosa saída para o oceano. Os canhões do forte estavam bem apontados, mas H. B. M. "Cormorant" provou ter tanto de uma sagaz raposa como de uma ave de rapina pois, percebendo a armadilha arranjada para ele, preparou um golpe mais engenhoso. A tripulação muito habilmente colocou os maiores navios piratas entre o navio e o forte, e assim foi navegando para a frente o "Cormorant". Ruidosamente troou o canhão da fortaleza: mas as balas não atingiram a ave de rapina; num momento, ela se adiantou inesperadamente na frente dos navios piratas, descarregou os pesados canhões de sua proa, e os desmantelados canhões do forte, que digam como foi certa a pontaria dos artilheiros da H. B. M. Os navios piratas, todavia, prepararam-se para responder; mas o prudente "Cormorant" astutamente escondeu-se por trás de um grande navio, embora apenas por um instante. Navegou uma vez mais para a frente e descarregou seu tiro de despedida com tal efeito sobre o velho forte, que os piratas não fizeram mais tentativas para estorvar o "Cormorant", que logo ganhou o mar alto, e em poucos momentos, habilmente pondo-os a fundo, retirou os navios piratas do tráfico, que é como chamam os brasileiros o amaldiçoado comércio de escravos.
A maior parte dos nossos passageiros desembarcou aqui, muitos deles destinando-se a Curitiba, a capital dessa jovem província. Nunca me hei de esquecer das suas gentilezas; e sinto-me feliz por pensar que levarão consigo a Bíblia, talvez pela primeira vez, para lugares que provavelmente nunca presenciaram casos de salvação.
Eu também fui à terra. Paranaguá é uma linda e asseada cidade — um pouco em decadência, pensei à princípio; mas a segunda inspeção mostrou-me que não fizera justiça ao único porto do Paraná. Esta cidade tem cerca de três mil habitantes, e exporta anualmente um milhão de dólares de erva-mate. O mate é a folha seca e a haste nova de uma espécie de planta que é colhida no interior e trazida para o litoral em pelos de couro cru, muito apertadamente amarrados, sendo aqui embarcada para as Repúblicas hispano-americanas.