O Brasil e os brasileiros: esboço histórico e descritivo v.2

é a de John Stuart Mill em sua obra Liberty. Nas escolas de direito de São Paulo e Pernambuco lecionam hábeis professores e escritores jurídicos; da mesma forma, nas escolas de Medicina do Rio e da Bahia encontram-se escritores igualmente eminentes na especialidade. Há falta de discussões amplas sobre assuntos de religião; tivemos, todavia, a satisfação de ver um ensaio sobre tolerância religiosa da autoria do sr. I. B. Barreto, de Pernambuco. É, porém, na poesia que, atualmente, o Brasil vence a mãe-pátria. Os nomes de Magalhães e Gonçalves Dias, nesses domínios, pairam bem alto. Gonçalves Dias ocupa um posto supremo na poesia lírica. Seu triste e trágico fim num naufrágio à vista de sua terra natal causou a mais profunda emoção em todo o Brasil. Há muitos outros poetas de valor, mas que só escrevem poesias leves. Nos últimos anos, o exemplo de D. Pedro II vem influindo para que os jovens se deem ao estudo dos poetas ingleses e norte-americanos. Excelentes traduções das poesias de Longfellow e Whittier foram feitas, entre outros, pelo Imperador, pelos Srs. Lisboa, Pedro Luiz e Bittencourt Sampaio. Porto Alegre, Macedo, Norberto e Assis são bastante conhecidos. Pode-se achar que seja uma desvantagem, no ponto de vista literário, que o Brasil tenha como língua o português. Contra essa língua existe forte prevenção entre as nações estrangeiras; e, embora injusto, não será tão cedo dominado. Raramente os homens eruditos chegam a possuir o conhecimento do português necessário para apreenderem os seus méritos reais. Aqueles que o conseguiram são acordes em fazer-lhe os mais altos elogios. O sr. Southey, por exemplo, declarou que essa língua "não é inferior a qualquer outra das modernas", e que possui "algumas das mais originais e admiráveis obras que jamais se escreveram". Schlegel, em sua Historia da Literatura, dá seu alto testemunho da beleza e fecundidade da língua portuguesa e não tem restrições na sua admiração por Camões. Dos Lusíadas, um ilustre escritor francês afirmou: "É o primeiro poema épico dos tempos modernos"! (Devemos aqui lembrar que os povos

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