de cor, cuja reputação de beleza não pude compreender e que apenas me pareceram notáveis pela extravagância dos trajes. Habitam geralmente casas de construção mourisca, sem janelas para o exterior.
Encontramos em Gorée o governador interino do Senegal, sr. Capitão de Navio Bouët, que ali se achava a passeio.
Tivemos grande curiosidade de conhecer na intimidade algumas povoaçães africanas, pelo que, na tarde mesma do dia da chegada uma embarcação nos conduziu ao ponto de terra firme mais próximo, pertencente ao reino de Dacar. O desembarque foi bastante difícil por causa dos rochedos ferruginosos que existem espalhados ao longo da costa, e contra os quais as ondas se vêm quebrar com muita força. A praia estava juncada de detritos de conchas e plantas marinhas.
Mal havíamos desembarcado e já encontramos alguns objetos interessantes, tais como um grande polvo, astérias de cor vermelha, algumas esponjas, diversas bonitas volutas, etc. Dentro de pouco, toda nossa atenção era absorvida por imensos baobabes, que pudemos admirar à vontade todo o resto do dia. Tivemos a curiosidade de medir um desses contemporâneos da criação, e achamos-lhe seis metros de diâmetro. Asseguraram-nos que para o interior havia árvores ainda bem maiores; por causa da estação, já se achavam completamente destituídas de folhas. O tronco havia perdido em todas o entumescimento característico das bombáceas e, fato notável, junto destes gigantescos vegetais que resistiram à ação de tantas causas de destruição, não se vê nenhum rebento: como se uma única geração tivesse sido suficiente para perpetuar-lhes a espécie por todos os séculos vindouros. Essa árvore gigantesca foi pela primeira vez descrita por Adanson, pelo que os naturalistas em sua honra criaram para ela o gênero Adansonia.