antes do meio-dia. O missionário nos acompanhou até uma distância bastante grande e quando nos deixou saudamo-lo com uma salva geral de mosquetaria.
Neste dia fizemos cerca de cinco léguas, a despeito das corredeiras que obstruíam o rio, cuja largura parece diminuir pouco a pouco depois de Boa Vista, conservando todavia a mesma velocidade. Havia habitantes em ambas as margens. A formação era, a princípio, próximo à missão, diorítica; mas logo depois apareceram os grés marchetados, semelhantes aos já vistos no Tocantins.
Os dias 8 e 9 passaram-se subindo o rio, cujas margens se tinham tornado muito pitorescas e apresentavam dos dois lados enormes rochedos areníticos de cor vermelha, com o vértice coberto por uma vegetação magra e quase sempre cortado horizontalmente em forma de mesa. A face voltada para o rio subia geralmente a prumo, apresentando muitas cavidades abertas pela ação das águas, onde bandos de andorinhas e morcegos tinham procurado refúgio. Quase não há cortadeiras neste trecho; mas nele se encontram vários estreitos que aumentam a profundidade do leito e fazem crescer muito a velocidade das águas. O primeiro destes estreitos fica pouco acima da Ilha dos Estreitos, lugar onde acampamos no dia 7. Não tem ele mais que cem metros de largura e o dobro de comprimento. No dia 9, pela manhã, passamos um outro, cuja largura não ia além da metade do primeiro. Os rochedos de grés avermelhado em que está encaixado o rio nesta parte de seu percurso, elevam-se gradualmente em ambas as margens até a Ilha de São José, que tem duas léguas de comprimento e divide o leito do rio, restituído à sua largura habitual, em dois braços. Aí o rio inflete numa direção quase paralela à de uma serra que já o vinha acompanhando desde algum tempo, composta de grés vermelho. A direção desta cadeia de montes é aproximadamente de leste para oeste. A disposição destas rochas é a mais variável