o povoado de Carolina era muito pequeno; mas, como por esta época os maranhenses, querendo reivindicar estas terras, que diziam lhes pertencer, promoveram graves distúrbios, o presidente de Goiás, Dom José de Assiz Mascarenhas viu-se forçado a vir até o lugar, que elevou à categoria de vila, mudando-lhe o antigo nome de São Pedro de Alcântara para Carolina e localizando nele uma guarnição de quarenta soldados, sob as ordens de um tenente. No porto de Carolina observamos um corte em cuja superfície se apresentava uma camada de conglomerado, de sílex e de calcáreo róseo, cavernoso e recoberto por uma capa anegrada de hidrato de ferro. Abaixo desta rocha, viam-se várias camadas estratificadas de argila branca e vermelha, perfeitamente horizontais.

No dia 15 fizemos quatro léguas e meia de percurso, sem encontrar nenhum obstáculo à navegação; as margens do rio eram constituídas de argila Cinzenta, das que se utiliza no fabrico de telhas. Mais ou menos no meio do trajeto passamos pela barra de um rio, que nos informaram ser o de Manuel Alves Grande. Passamos a noite na fazenda dos Patos, pertencente ao coronel Ladislau, que se ocupa em criar gado e é dono também de outra, situada em frente, na margem esquerda e é chamada Monte Santo. Cerca de meia légua a oeste da fazenda de Monte Santo, fica um pequeno aldeamento de índios craós, cuja população não excede a 25 habitantes e tem apenas três ou quatro casas. Estes índios foram trazidos pelo coronel fazendeiro do outro aldeamento da mesma tribo por nós visitado dias antes. Deviam servir de guarda avançada contra os terríveis xavantes, na defesa das duas grandes propriedades. Quando chegamos à fazenda dos Patos o coronel estava ausente, mas os nossos homens tinham aproveitado o seu tempo muito ativamente; enquanto uns carreavam um boi, outros tinham ido à caça numa mata próxima, conseguindo matar uma bela anta (tapir) e cinco grandes