Expedição às regiões centrais da América do Sul v.1

encontrado sob as camadas de grés, na porção baixa do rio. Nesta primeira jornada foram feitas seis léguas e três quartos.

No dia 11 a marcha foi ainda de seis léguas e meia. O aspecto geral do rio era igual ao da véspera, mas viam-se de um lado e doutro uma série de morros de grés superposto ao granito, rocha esta que só aparecia a descoberto alguns centímetros acima da superfície das águas. O Tocantins parece ter aberto uma passagem através destas massas de grés.

A 12, após duas léguas de jornada, chegamos à fazenda do capitão Tomás de Sousa Vila Real, onde se reuniram todos os membros da expedição. Neste último trecho o leito do rio é muito desimpedido, as poucas pedras que nele se encontram sendo todas de granito puro. Todavia, como na véspera, viam-se morros de grés em ambas as margens. Resumindo, a formação geral em toda a zona parece ser o grés, aberto aqui e acolá pelos grandes cursos d'água e tendo embaixo o granito, com camadas de argila interpostas.

A fazenda Santa Clara é um miserável casebre; mas, ainda assim, julgamo-nos bastante felizes por encontrar neste galpão um abrigo contra os rigores do sol. O dono da casa era um mulato bastante inteligente, que depois de ter sido remador nos barcos que viajam pelo Tocantins, havia conseguido reunir suficientes economias para ter a sua parte num dos botes maiores. Não lhe custou, ao cabo de pouco tempo, fazer-se dono exclusivo de uma destas embarcações, graças à qual, numas vinte viagens a Belém, se tornou um dos maiores proprietários da zona. Como sempre acontecia, garantiram-nos que aqui encontraríamos tudo quanto necessitávamos; a verdade porém é que, ainda como de costume, logo verificamos que nada do que queríamos existia no lugar. Faziam-nos grande falta cavalos. Disseram-nos a princípio que na região não os havia para

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