ao gênero Elater, de que algumas espécies atingem considerável tamanho e produzem uma luminescência capaz de permitir, numa noite escura, a leitura de uma página escrita na mais miúda letra. A luz lhes vem de dois pequenos faróis arredondados existentes na parte superior do corselete, um de cada lado; entretanto, pudemos certificar-nos de que há um outro órgão luminoso, situado este no primeiro artículo do abdome, como se fosse um diafragma. Só destacando o abdome do tórax é possível vê-lo distintamente; vê-se então que ele conserva a sua propriedade luminosa até a morte do inseto, persistindo ainda durante algum tempo. Essa luz é, por assim dizer, intermitente, pois que ás vezes cessa completamente; sua cor é variável, mas há ocasiões em que é quase vermelha. Esses insetos circulam no ar como fogos fátuos, emprestando brilho extraordinário às noites tropicais. Em certos lugares as mulheres enfeitam com eles os cabelos.
A 5 fizemos cinco léguas, através de caminhos coalhados de seixos, que tornavam a marcha muito difícil. Transpusemos o leito do rio dos Bois, num ponto em que ele estava inteiramente seco. Grande foi o desapontamento que isso nos causou, pois fazia calor insuportável e estávamos contando com a sua água para matar a sede. Os nossos índios puseram-se então pela mata, à procura de uma curiosa planta, a que chamam cipó d'água. Cortando este cipó em pedaços, destes escorre grande quantidade de água perfeitamente límpida. O líquido procede dos grossos vasos existentes no lenho e fáceis de reconhecer num corte transversal; é tão fácil fazê-lo sair por uma ponta da haste cortada, como pela outra. Todos os córregos que atravessamos em nosso trajeto são afluentes do rio dos Bois. O que se vê nas terras da própria fazenda da Cachoeira ou dos Bois é o gnaisse de granulação muito fina, fazendo transição para os micaxistos folhetados e muito solevados pelos granitos da cadeia de montanhas em cujo ropé fica