a fazenda. É nesta serra que o rio dos Bois tem as suas cabeceiras. Os gnaisses, a que há pouco nos referimos, acham-se em posição quase vertical, em consequência do solevamento do terreno; eles mergulham para oeste. No curso da jornada, observamos por várias vezes cangas superficiais, abaixo das quais se acham provavelmente os gnaisses, que passam aos micaxistos acima referidos, superpostos ao gnaisse e por sua vez apoiados sobre o granito. Fizemos pouso na fazenda do Genipapo.
A 6 fizemos uma tirada de seis léguas, debaixo de um sol causticante, que todavia não nos impediu de admirar a grande beleza da paisagem; a cada momento atravessávamos lindos capões de mata virgem banhados por límpidos regatos, afluentes todos do rio dos Bois, excetuado apenas o último, que se chama ribeirão do Magalhães e corre para o rio Vermelho do Pilar, tributário do Crixás-Açu. Coligimos perto da fazenda do Genipapo duas variedades de granito, provenientes de um mesmo bloco arredondado que emergia do solo. Estas duas variedades são evidentemente o produto de uma "liquação". Durante todo o trajeto as cangas foram a formação predominante, especialmente nos espigões e suas encostas. Observamos também gnaisses e micaxistos de diferentes espécies, solevados pelo granito. Às três da tarde chegamos a fazenda do Rio do Peixe. O sr. Weddell, tendo ouvido dizer que o dono da casa costumava extrair vinagre de um coqueirinho existente nos arredores, saiu à procura desta palmeira, que acabou encontrando na beira de um riacho, situado a um quarto de légua. Produz este coqueiro frutos vermelhos, cor de vinho, e pertence ao gênero Bactris; sua denominação vulgar é coqueiro de vinagre. Contou-nos a gente do sítio que os xavantes tinham vindo muitas vezes, ao soar de suas trompas, dançar em frente à casa, durante a noite; mas que nunca se haviam mostrado hostis. Uma