mineral do que havia calculado. Durante muitos anos ninguém se importou de utilizar a descoberta; mas, em 1830, um negociante de nome José da Costa Leite, tendo conseguido juntar duas arrobas da planta, remeteu-as para o Rio de Janeiro, onde a acharam de boa qualidade e a pagaram à razão de 1.600 réis a libra. Negócio tão vantajoso deu logo origem a uma exploração considerável do produto, que continuou até 1837, quando a sua cotação começou a baixar, em consequência da enorme quantidade que dele se oferecia no mercado. Avalia-se em nada menos de vinte e cinco mil arrobas a quantidade de ipecacuanha lançada no comércio entre os anos de 1830 e 1837. Por fim, a extração da planta foi abandonada, até o ano de 1844. Por esta época, tendo sido vendidas no Rio de Janeiro algumas arrobas de ipeca à razão de 850 e 900 réis, preço que embora muito inferior ao que ela alcançava no princípio ainda deixava boa margem de lucro, voltou-se a explorá-la regularmente, com a probabilidade de que não mais se terão de temer as bruscas oscilações de preço verificadas no começo. A ipecacuanha, a julgar pelo que dizem os nativos, só ao cabo de dezesseis anos atinge completo desenvolvimento; sendo assim, não é crível que os mercados fiquem jamais tão abarrotados que o preço do produto venha a baixar demasiadamente.
A ipecacuanha cresce naturalmente nos lugares de mata fechada e úmida, onde o solo é arenoso e horizontal. É fácil de achar, visto como nas matas em que é encontrada não há outra planta que se lhe assemelhe. A região de onde tem sido extraída mede umas doze léguas no sentido norte-sul e se estende até trinta léguas a oeste de Vila Maria. Além das pessoas necessárias à navegação, as canoas dos poaieiros levam um certo número de indivíduos, contratados à razão de seis a sete mil réis por mês, com direito à comida; são os chamados camaradas, nome que no interior se dá a todos os assalariados. Estas expedições levam