para preencher o claro deixado pelos que tinham morrido, ou que íamos deixar para o Dr. Weddell, de acordo com o que havíamos combinado. Aproveitei a volta das embarcaçães para enviar a Cuiabá as coleções feitas durante a viagem pelo rio Paraguai, endereçando-as ao bispo, que tomou a seu cargo despachá-las para o Rio de Janeiro, de onde elas afinal seguiram para a França.
O estado de saúde do sr. Deville continuava dos piores. Entretanto, embora lhe fosse muito difícil montar a cavalo, não quis ele motivar qualquer atraso ou embaraço para a expedição. Diante disso, deixamos Vila Maria, rumando diretamente para a fazenda Caiçara. Em lugar de escolher a via terrestre, que atravessa o pantanal e só é praticável na estação da seca, seguimos por água, utilizando uma balsa feita de um estrado de madeira apoiado sobre duas canoas. Descemos assim o rio Paraguai, até a boca do braço chamado da Caiçara, a qual fica distante da vila uma légua e um quarto. Fizemos depois daí um meio quarto de légua por aquele braço, cuja largura é de uns 50 metros, através de plantas altas que nos obstruíam a passagem e debaixo das quais estavam escondidos muitos bandos de capivaras. Nosso pessoal conseguiu derrubar alguns destes animais. Prosseguindo, entramos numa baía a que dão o mesmo nome da fazenda e cuja largura oscila entre 200 e 250 metros.
A fazenda Caiçara pertence ao Governo e serve para a criação de cavalos para a cavalaria, e de bois que se vendem aos habitantes da zona. Durante o domínio português ela chegou a possuir doze mil cabeças de gado vacum; hoje, porém, não tem ela mais de dois mil, enquanto o número de cavalos ascende a cerca de trezentos. O diretor da fazenda é um alferes idoso, que tem sob suas ordens uns vinte empregados, todos livres. As pastagens deste estabelecimento se estendem pelo espaço compreendido entre os rios Jauru e o Paraguai. Em toda essa redondeza há