tinha deixado aberta, ela se encolheu toda debaixo da esteira, para se proteger.
Entrei numa segunda cabana, para presenciar cena semelhante. Agora era um homem em plena flor da idade, a lutar também contra o inimigo comum. Seu estado físico era o mesmo. Tinha acabado de quebrar uma porção de cocos e de moerlhes a amêndoa em cima de uma pedra, para fazer a farinha com que procurava matar a fome de uma criança, cuja alimentação, pelo que se via, desde muito tempo não podia ser outra. Este homem e essa criança eram tudo quanto restava de uma numerosa família dizimada pela fome. Cheguei à choça do capitão Imi, que morrera dois dias antes, deparando à sua soleira com o mesmo espectro. Entretanto, apesar da situação de miséria em que se encontrava, a gente moça da casa vestira-se de penas para chorar a morte do pai. No rancho vizinho outro capitão tinha morrido na véspera; mas aqui não haveria outra vítima, pois com a morte do chefe a casa ficara vazia. Dentro de pouco tempo, talvez mesmo de alguns dias, da aldeia dos Cabaçais não restará mais que o nome.
Entre as feridas de que eram portadores esses infelizes índios, reconhecemos os tumores produzidos por uma espécie de mosca do gênero Oestrus. As larvas destes dípteros desenvolvem-se frequentemente no corpo dos cães e de outros quadrúpedes; mas, embora só raramente ataquem as pessoas, tivemos ocasião de observar vários casos durante a viagem, especialmente em velhos pertencentes à raça negra. Estas larvas alcançam quatro centímetros de comprimento; têm forma navicular e cor branco-amarelada; o corpo mole, contrátil, é composto de doze segmentos, dos quais os oito primeiros possuem espinhos recurvos. Esses bichos produzem fortes picadas por meio de dois ferrões divergentes, que lhes saem da boca; começam a crescer a partir do dia seguinte àquele em que o ovo foi posto nos tecidos, mas são necessários dois meses para atingirem