ondulações e coberto de cerrados espessos. A formação geral era sempre o xisto talcoso, muito revolvido; via-se, porém, à superfície do solo, grande quantidade de seixos de quartzo leitoso, veiado de róseo.
No dia 4 a jornada foi de quatro léguas. Atravessamos um lindo bosque de palmeiras em que a maioria das plantas se achava coberta de parasitos. A zona era toda de campo, e o terreno levemente ondulado. Armamos o acampamento na margem de um riacho chamado córrego Fundo, ladeado de matas e onde, no dizer dos moradores, costuma aparecer um espírito. Nas margens do ribeirão das Laginhas veem-se granitos de fina granulação e colorido róseo, os quais provavelmente formam a base de todos os morros encontrados depois do Jauru. É de crer que a estes granitos se deve o solevamento dos xistos talcosos observados no dia anterior. Os morros a que nos referimos há pouco prendem-se à crista divisora das águas do Guaporé das do Jauru. Os riachos das Laginhas e dos Poços d'Água despejam no ribeirão do Santíssimo. Os outros ribeiros atravessados por nós até Lages derramam no Córrego deste nome, ou então no das Areias, o qual, além disso, recebe o das Lages, antes de entrar no Jauru, um pouco acima de Registro.
No dia 5 a formação geológica encontrada era a mesma da véspera. O caminho continuava a cortar zonas de campo, com espessos capões de mato espalhados aqui e ali. O terreno, de resto, conservava também o mesmo aspecto. Logo ao sair atravessamos o córrego Fundo, afluente do Jauru; ele, conforme soubemos, se presta à navegação nos períodos de cheia. Assim sendo, poder-se-ia estabelecer uma comunicação entre o Jauru e o Guaporé, utilizando apenas, além do caminho fluvial, um pequeno varadouro.
Nesse trajeto de cinco léguas e um quarto, o curso d'água mais importante que encontramos foi o córrego da