Estiva. A estrada corta dois braços deste rio, captando as águas de todos os filetes existentes no caminho, até o lugar chamado Estiva Velha. O riacho da Estiva é ainda um afluente do Jauru, onde desemboca acima do córrego Fundo. O ribeirão que corre na Estiva Velha, e em cujas proximidades armamos o nosso acampamento, é o formador principal do rio Cágado, que é o primeiro afluente do Guaporé encontrado no caminho por onde viajávamos. Estiva Velha fica, por conseguinte, no divisor entre as águas que vão para o norte e as que correm para o sul.
No dia 6, após uma meia légua de marcha através do campo, entramos numa magnífica mata virgem, de que só sairíamos a cerca de oito léguas de Mato Grosso. Foi essa mata que deu nome à província. Com mais seis léguas e um quarto chegávamos a Lavrinhas, onde houve noutros tempos uma próspera exploração aurífera. É bom o traçado desta estrada, mas ela é estreita e muitas vezes obstruída por troncos de árvores caídas, o que obriga o viajante a pequenos rodeios. Durante o trajeto o terreno ia baixando sempre. O caminho dá a impressão de seguir uma garganta e é acompanhado a pequena distância, do lado esquerdo, ou do norte, por uma cadeia de montanhas. A formação, durante aproximadamente os primeiros dois terços da viagem, é o mesmo granito cor-de-rosa observado na véspera. A partir daí, começa a aparecer um grés branco talcífero, que se apresenta às vezes sob a forma de grandes placas verticais. Este grés, que parecer ser o itacolumito, forma provavelmente a massa da cadeia há pouco mencionada. Não é improvável que o granito observado no primeiro trecho da jornada também se encontre em baixo desse grés. Nas proximidades de Lavrinhas, e dentro do próprio arsenal, o que por toda parte se vê é a canga, parecida com a de Cuiabá. Ela encerra, empastados, fragmentos grossos de quartzo, os quais contrastam