confiando as suas funções a um tropeiro preto, de nome Alexandre, nosso companheiro fazia mais de um ano. O pessoal do lugar achou que eu agira com muita severidade, dizendo-me ser frequente o naufrágio de animais no rio Guaporé, mesmo tomando-se o cuidado de manter-lhe a cabeça fora d'água; todos achavam que para matá-los bastava o pouco de água que lhes entrava pelas vias posteriores. Tinham até inventado um nome para exprimir essa causa de asfixia. De resto, o Guaporé fora fatal a um viajante francês, cuja prematura morte é das mais lamentáveis; refiro-me ao sr. Taunay(1), Nota do Tradutor irmão de nosso excelente cônsul no Rio de Janeiro, e companheiro então do sr. Barão de Langsdorff na viagem que este fez no interior do Brasil.
Casalvasco é apenas um posto militar; foi fundado por Luís de Albuquerque, governador da província, e ainda hoje todas as suas construções pertencem ao Estado. A guarnição, que outrora se compunha de quinhentos homens, está hoje reduzida a cinquenta. Destina-se à defesa da fronteira e a proteger o gado pertencente à nação. A fazenda nacional de Casalvasco, cujo administrador é o próprio comandante militar do posto, tem duas dependências: uma é o retiro de São Luís e a outra é o chamado Mangueiral, situados duas léguas a leste de Casalvasco. Em ambos não existe hoje mais do que duas mil cabeças de gado; mas, até 1831, havia ainda oito a nove mil. Esses rebanhos destinavam-se a atender às necessidades da guarnição de Mato Grosso.