Mangueiral e São Luís possuem cada um cinco soldados, comandados por um cabo. Há ainda dois postos da mesma categoria, um em Salinas, que é a última localidade brasileira existente na estrada da Bolívia, e outra em Ramada, cerca de duas léguas a oeste de Salinas. Todos estes destacamentos estão sob as ordens do comandante de Casalvasco.
O estabelecimento de Casalvasco é constituído por um vasto quadrado, um de cujos lados é fechado pelo rio Barbados e os outros por edifícios bem construídos, cobertos de telhas, mas já em começo de ruína, por falta de conservação.
No lado sul do quadrado ficam o alojamento do comandante, bonita casinha de dois andares com uma varanda em volta, uma igreja grande demais para o tamanho do povoado, e a caserna. Na lado oposto está situada a chamada Missão, onde se concentram os índios Chiquitos convertidos ao cristianismo. A parte de leste é ocupada pelos soldados e por várias famílias de índios da mesma nação. Por trás desta última construção vê-se um grupo de cerca de vinte cabanas, habitadas por mulatos e índios. Cifra-se nisso a população de Casalvasco, que orça por duzentos habitantes pretos ou mulatos e número aproximadamente igual de índios. Não existe em Casalvasco outra autoridade além da militar. O rio dos Barbados tem no lugar cerca de 150 metros de largura; suas nascentes ficam no Morro Alegre, a umas oito léguas, segundo dizem, das do rio Alegre.
O sr. Weddell, alguns meses depois de nossa passagem, teve a ocasião de ver nos arredores do posto a magnífica vitória-régia, que é a mais esplêndida das plantas aquáticas. Na estação das águas ela cobre com as suas folhas enormes as baías formadas pelo rio, fazendo ver de longe suas grandes flores cor-de-rosa. Essa planta é encontrada