quase todo o Brasil, sem ser comum em parte alguma. Falaram-me também de uma outra espécie de cachorro selvagem, cujo tamanho seria igual ao de um cão de pastor pequeno. Parece provável tratar-se de uma raposa.
À noite chegamos ao retiro de São Luís, que é construído sobre uma elevação formada de canga, estando assim a salvo das inundações. Essa colina é coberta de mato. O percurso feito durante o dia foi de cinco léguas e meia.
A 21 fizemos três léguas e um quarto, para chegar a Salinas, último ponto pertencente ao Brasil. O terreno era o mesmo do dia anterior. Atravessamos o córrego de São Luís, que despeja numa baía situada a oeste da estrada. O rio Barbados só comunica com a baía na época das águas.
Houve antigamente um posto fortificado por uma paliçada; hoje porém esta fortificação está destruída, nada mais existindo do que uma pequena guarnição de cinco homens, que aí estão, segundo nos contaram, para impedir que o gado do governo seja roubado pelos índios.
O nome Salinas parece indicar que houve outrora no lugar eflorescências salinas aproveitadas pelos habitantes, como é de costume em outros pontos do Brasil; mas se isso aqui também se deu, não há mais do fato nenhuma recordação.
O dia 22 de junho tornou-se memorável para nós. Depois de havermos percorrido o interior do Brasil durante mais de dezessete meses, devíamos, usando a expressão dos naturais, penetrar na Espanha. A fronteira fica a duas léguas de Salinas e é indicada por dois pontos, situados de um e de outro lado da estrada. No tempo do domínio espanhol havia nas proximidades um posto, de cuja paliçada ainda se veem restos. O solo da região é constituído de areia branca. Na superfície veem-se, esparsos, capões