herborizando e colecionando insetos. Em 1844 chegou a Leicester, como mestre-escola, um moço de 21 anos; era Alfred Russel Wallace, que se iria iniciar no amor das ciências naturais com o filho do vimeiro, mais novo que ele dois anos. Aí nesses passeios pela bem tratada campina inglesa, nesses bosques claros e monótonos, quantos sonhos e quantos projetos não fizeram os dois jovens, as mentes a escaldar das leituras de viagens e explorações, e aos poucos amadureceram o plano de uma longa viagem a qualquer das regiões menos conhecidas do globo, cobertas as despesas com a venda das duplicatas enviadas para Londres.
Suas excursões estendem-se um pouco além de Leicester, visitam os condados vizinhos e procuram familiarizar-se com a flora e sobretudo com a fauna. Wallace deixa Leicester mas a ausência não arrefece o entusiasmo dos dois amigos, que em cartas frequentes vão ajustando minúcias e fixando-se na escolha de uma região. Para os dois naturalistas estava naturalmente indicada uma região tropical, mas o Brasil só entrou em cogitações quase nas vésperas da partida. Tal o que se pode concluir do trecho inicial do prefácio das Viagens pelo Amazonas e Rio Negro de Wallace: "O desejo ardente de visitar uma região tropical, para observar a luxuriante vida que dizem aí existir e ver com meus próprios olhos todas essas maravilhas que lera com tal encanto nas narrativas dos viajantes, foram os motivos que me levaram a quebrar os liames de meus afazeres e as afeições do lar e lançar-me para
"alguma terra longínqua
onde reina um verão sem fim".
"Minha atenção foi dirigida para o Pará e Amazonas pelo livrinho de Edwards Uma viagem subindo o Amazonas,