O naturalista no rio Amazonas - T1

costa recortada em pequenas enseadas abrigadas, orladas de praias arenosas e suaves. A terra baixa e a folhagem de verde-claro brilhante e de infinita variedade de formas, que eram o tom dominante da margem sul do Amazonas, davam lugar a uma região montanhosa, coberta de floresta arredondada, sombria e monótona. Nossa enfadonha viagem aproximava-se de seu termo; vento fresco nos levava docemente ao longo da costa para a cidade de Barra, que fica a sete ou oito milhas acima da boca do rio. Paramos uma hora em pequena baía límpida, para tomar banho e vestir-nos, antes de nos mostrarmos de novo entre gente civilizada. Via-se o fundo a uma profundidade de seis pés, e a areia branca tomava tom pardacento, devido à água colorida mas clara. À tarde chegamos ao porto e fomos amavelmente recebidos pelo senhor Henrique Antony(340), Nota do Tradutor italiano afável, ocupando aqui elevada posição como negociante, e que era amigo certo de todos os viajantes desgarrados. Pôs dois quartos à minha disposição e em poucas horas eu estava confortavelmente instalado em meus novos alojamentos, sessenta e quatro dias depois de ter deixado Óbidos.

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A cidade de Barra está construída em trecho de terra elevada, mas muito irregular, da margem esquerda do Rio Negro, e contava, em 1850, cerca de três mil habitantes. Primitivamente aí houvera pequena fortaleza,

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