O naturalista no rio Amazonas - T1

levantada pelos portugueses para protegerem suas expedições de caça aos escravos entre as numerosas tribos de índios que povoavam as margens do rio. Destes os mais afamados e guerreiros eram os manaos, que estavam continuamente em guerra com as tribos vizinhas, e tinham o hábito de escravizar os prisioneiros, feitos durante suas expedições de pilhagem. Os portugueses mascaravam seus meios de escravização sob o pretexto de resgatar esses cativos. O termo resgatar ainda é dado pelos negociantes do Alto Amazonas à prática muito generalizada, mas ilegal, de comprar meninos índios das tribos selvagens. Os moradores mais velhos do lugar ainda se lembram do tempo em que eram trazidas muitas centenas destes cativos, conseguidos em uma só expedição. Em 1809 Barra foi elevada à cabeça do distrito do Rio Negro; muitos portugueses e brasileiros de outras províncias vieram então estabelecer-se aí. Construíram-se casas espaçosas e ela cresceu tanto, no curso de trinta ou quarenta anos, que se tornou, depois de Santarém, a principal povoação das margens do Amazonas. Por ocasião de minha visita estava em declínio, devido à desconfiança crescente dos índios, que dantes formavam a numerosa classe trabalhadora, mas que tendo tomado conhecimento de que as leis os protegiam contra a servidão forçada, estavam rapidamente abandonando o lugar. Quando se criou a nova província do Amazonas, em 1852, Barra foi escolhida como capital, e batizada com o nome apropriado de cidade de Manaus(341). Nota do Tradutor

A situação da cidade tinha muitas vantagens; o clima é salubre; não há pragas de insetos; o solo é fértil e capaz de dar todos os produtos tropicais (o café do Rio Negro, especialmente, é de qualidade muito superior),

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