O naturalista no rio Amazonas - T1

coberta de floresta ondulada, de verde-escuro uniforme, a caá-apoam dos índios, característica do Rio Negro. Ela cobre também extensas áreas de terras baixas, que são inundadas pelo rio durante a época das chuvas. A cor pardo-olivácea das águas parece derivar de sua saturação pela folhagem verde-escura durante estas inundações anuais. O grande contraste em forma e cor, entre as matas do Rio Negro e do Amazonas, decorre da predominância de famílias diversas de plantas numa e noutra. No rio principal as palmeiras, de umas vinte ou trinta espécies, formam grande proporção da massa de árvores enquanto no Rio Negro representam papel muito secundário. A espécie característica desta última região é a jará (Leopoldina pulchra), espécie não encontrada nas margens do Amazonas(343), Nota do Tradutor e possui pequena copa de flabelos com estreitos folíolos do mesmo verde-escuro do resto da mata. O caule é liso e de umas duas polegadas de diâmetro; a altura não excede a doze ou quinze pés. Não se eleva, portanto, acima das massas de folhagem das árvores exógenas, de modo a formar um marco na paisagem, como acontece com o murumuru e o uricuri de largas folhas, o delicado açaí, o alto jauari, e o muriti de folhas em leque das praias do Amazonas.(344) Nota do Tradutor Nas margens do rio principal a massa da floresta é composta, além das palmeiras, de leguminosas, com infinita variedade, quanto à altura, à forma da folhagem, às flores e aos frutos, de paineiras, colossais castanheiras (Lecythideae) e Cecropiae; o

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