O naturalista no rio Amazonas - T1

notório, uma das mais acatadas autoridades nesta classe de seres orgânicos. No presente volume, porém, não se confina Bates às suas descobertas entomológicas nem a qualquer outro ramo da história natural, mas nos dá um apanhado geral de suas aventuras durante as suas excursões subindo e descendo o portentoso rio, e uma cópia de informações que se referem a todos os assuntos de interesse físico ou político, que foi encontrando.

Mr. Bates desembarcou no Pará em maio de 1848. A primeira parte do livro é inteiramente dedicada a um apanhado do Baixo Amazonas — isto é, do rio desde a cidade de Manaus ou Barra do Rio Negro, onde deságua o grande afluente norte deste nome — e com a narrativa de sua residência no Pará e suas várias excursões pelos arredores desta cidade. A grande coleção feita por Bates dos produtos naturais do Pará lhe permitiu chegar às seguintes conclusões quanto às relações da fauna da margem sul do delta do Amazonas com as de outras regiões:

"Afirma-se geralmente que a Guiana e o Brasil, ao norte e ao sul do distrito do Pará, formam duas províncias distintas quanto aos seus habitantes vegetais e animais. Entende-se com isto que as duas regiões possuem um grande número de formas autóctones, e que se supõe que as mesmas não derivem de outros setores durante os tempos geológicos modernos. Cada um pode ser considerado como o centro de distribuição nos processos posteriores de disseminação das espécies pela América tropical. O Pará fica a meio caminho entre os dois centros, cada qual com seu núcleo e peneplanícies, e que o vale intermédio forma uma vasta extensão de terras baixas. É interessante, portanto, determinar de onde este último recebeu sua população ou se contém

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