O naturalista no rio Amazonas - T1

nove horas da manhã. Enquanto a gente de casa foi à cidade em busca dos remédios que eu receitara, embrulhei-me num cobertor de lã, e andei depressa de um para outro lado da varanda, bebendo de vez em quando uma xícara de chá quente, feito de uma erva amarga, usada pelos naturais, chamada pajémarioba, planta leguminosa que cresce em todos os terrenos incultos(356). Nota do Tradutor Uma hora depois, tomei bom trago de cozimento de folhas de sabugueiro, como sudorífico, e pouco depois caí insensível dentro da rede. Philips, um inglês com quem eu estava morando, ao voltar para casa, à tarde, encontrou-me dormindo e suando em bicas. Não despertei até à meia-noite quando me senti muito fraco, com dores em todos os ossos. Tomei então um purgativo: um pouco de sais de Epsom e maná. Em quarenta e oito horas a febre me deixou, e passados oito dias de seu primeiro ataque já estava pronto para trabalhar.

Durante minha permanência no Pará houve muito pouca coisa que mereça ser contada. Embarquei todas as minhas coleções para a Inglaterra e recebi então novo suprimento de fundos. Gastei várias semanas a preparar minha segunda viagem mais demorada ao interior. Meu plano agora era primeiro passar algum tempo em Santarém, e daí subir o Tapajós, até onde fosse praticável. Depois pretendia tornar a visitar a maravilhosa região do Alto Amazonas, e pesquisar bem sua história natural em várias pontos sobre os quais me fixara, desde Ega até ao pé dos Andes.

O naturalista no rio Amazonas - T1 - Página 396 - Thumb Visualização
Formato
Texto