muitas coisas estranhas sobre a febre amarela. Acho que o Pará foi o segundo porto do Brasil a ser atacado por ela. As notícias de sua devastação na Bahia, onde a epidemia apareceu em primeiro lugar, chegaram alguns dias antes da doença se manifestar. O governo tomou todas as medidas sanitárias que se podiam desejar; entre elas havia uma, muito singular, de dar tiros de canhão nas esquinas das ruas para purificar o ar. Mr. Norris, o cônsul americano, contou-me que os primeiros casos da doença ocorreram perto do porto, e que esta se espalhou rápida e regularmente de casa em casa, ao longo das ruas que se dirigem do porto para os subúrbios, levando cerca de 24 horas para chegar ao fim. Algumas pessoas, contaram que durante várias tardes sucessivas, antes de irromper a febre, a atmosfera era densa, e que um escuro nevoeiro, acompanhado de forte bodum, ia de rua em rua. Este vapor foi chamado mãe da peste, e era inútil procurar dissuadi-los da convicção de que ele fosse o precursor da pestilência. O progresso da doença foi muito rápido. Começou em abril, em meados da estação chuvosa. Em poucos dias havia milhares de pessoas doentes, moribundas ou mortas. O estado da cidade durante o tempo em que a febre durou é fácil de imaginar. No fim de junho amainou e houve muito poucos casos de julho a dezembro.
Como já disse há pouco, a febre ainda perdurava na cidade quando cheguei do interior, em abril. Tinha esperança de poder escapar-lhe, mas não fui tão afortunado; ela parecia não poupar nenhum recém-chegado. Quando caí doente, todos os médicos da localidade estavam sobrecarregados de serviço, atendendo às vítimas da outra epidemia; era quase inútil pensar em obter o seu auxílio, de modo que me vi obrigado a ser meu próprio médico, pois já tivera antes alguns bons ataques de febre. Fui acometido de calafrios e vômitos às