Pluto Brasiliensis; memórias sobre as riquezas do Brasil em ouro, diamantes e outros minerais v. 1

APURAÇÃO DO OURO NAS BATEIAS

A apuração nas bateias inicia-se logo após à lavagem das mesas.

Quanto mais grosso for o ouro, como, por exemplo, o das grupiaras e dos rios, tanto menores serão as dificuldades da apuração. O trabalho torna-se, ao contrário, mais difícil quando o ouro se encontra na mistura mais finamente granulado.

Para a apuração do ouro grosso utiliza-se de qualquer poça d'água. Quando não se consegue uma delas, cava-se uma fossa à margem do rio, ou se adotam grandes tinas.

O apurador se coloca na fossa, com água ate os joelhos e, tendo posto na bateia alguns punhados do material já trabalhado nas canoas e bicas, começa por juntar-lhe um pouco d'água e a amassá-lo com as mãos, de modo a reduzi-lo a uma polpa muito fina. Em seguida, depois de nova adição de água, movimenta a bateia, de maneira a imprimir, pouco a pouco, um movimento circular a toda a massa. As partes mais leves ficam em suspensão na água, enquanto as mais pesadas se acumulam com o ouro no fundo da bateia.

Enquanto a água se mantiver turva, o apurador faz escorrer um pouco dela, acentuando o movimento de maneira a arrastar, também, as partes leves. Colhe de novo mais água na fossa, repetindo esta dupla operação até que a água da bateia se torne límpida.

O material da lavagem reduz-se, pois, à pequena quantidade, constituída quase só de esmeril e de ouro.

Daí por diante, ele deve imprimir rotação à bateia com mais cuidado e agilidade, a fim de que o ouro possa separar-se das diversas partes pesadas. Para isto, imprime uma rotação mais viva à bateia, para manter em suspensão na água essas parcelas pesadas.

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