Estrada de Ferro Madeira-Mamoré: história trágica de uma expedição

PREFÁCIO

Durante anos consecutivos costumavam reunir-se anualmente, em um dos principais hotéis de Filadélfia, diversos membros de certa entidade conhecida por Madeira and Mamoré Association.

Eram componentes do grupo expedicionário que em 1878, sob o patrocínio dos empreiteiros norte-americanos P. & T. Collins e Mackie, Scott & Co., foi ao Brasil com o propósito de construir uma estrada de ferro que contornasse as quedas e corredeiras do alto Madeira, bem como estabelecer linhas de navegação mecânica a jusante e a montante desses entraves. Tal rede mista de transportes, ligada às linhas transoceânicas que trafegavam entre Nova York e os portos brasileiros, destinava-se a constituir poderoso sistema internacional de tráfego, capaz de dar desenvolvimento adequado às vastas regiões banhadas pelo Amazonas e estabelecer ligação direta entre os Estados Unidos e a Bolívia, engastada no coração da América.

Nada tinha de visionário ou utópico o projeto que empolgara o entusiasmo dos homens acima referidos: tivera origem em sugestões feitas pelo tenente da marinha americana Lardner Gibbon; em 1852, fora preconizado por eminentes estadistas sul-americanos, endossado por engenheiros alemães de grande nomeada e subsidiado pelos governos da Bolívia e do Brasil. De sua execução incumbira-se

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