Estrada de Ferro Madeira-Mamoré: história trágica de uma expedição

destacado ex-combatente da Guerra de Secessão; fracassara devido a complicações legais e financeiras na Inglaterra e, depois de meticulosos estudos, fora reavivado pelo governo brasileiro que, pelos termos de recente tratado firmado com a Bolívia, se comprometera a executá-lo sem mais demora.

De há muito que os componentes da Madeira and Mamoré Association consideravam digna de registro a história da empresa e das peripécias por que passaram enquanto estiveram a ela ligados. Muito pouco do que publicou a imprensa da época estava certo e, menos ainda, completo. Os que podiam falar desses acontecimentos com conhecimento próprio, estavam sendo rapidamente tragados pela morte, e, dentre os sobreviventes, os que se achavam em condições de escrever a almejada história viam-se por demais engolfados em suas ocupações para que pensassem em se dar ao trabalho de revolver as cinzas do passado. Por outro lado, a crescente necessidade de se levar a bom termo o trabalho que eles não tinham conseguido executar, tornava provável que o conhecimento de sua história fosse útil aos que, em futuro não muito remoto, teriam, inevitavelmente, de seguir suas pegadas.

Tal era a situação em fevereiro de 1903, quando conseguimos reunir nossos companheiros de aventura de 25 anos passados. Depois de apenas dez minutos de debates resolveram eles, por unanimidade, incumbir-nos de escrever toda a história da Madeira-Mamoré.

Até hoje não conseguimos saber quais os motivos que os levaram a essa resolução. Talvez a tanto os induzisse o fato de saberem que pouco

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