Estrada de Ferro Madeira-Mamoré: história trágica de uma expedição

antes nos havíamos retirado da atividade comercial — e, portanto, podíamos dispor do tempo necessário para a confecção de tão alentado trabalho — bem como o conhecimento de que sempre tivéramos interesses ligados à América do Sul. Não cremos, porém, que nos julgassem possuidor dos dotes literários precisos para arcar com as responsabilidades de um tal empreendimento.

Em cada uma das reuniões seguintes apresentamos trechos de nosso trabalho, às vezes em forma de folheto. Logo, porém, nos convencemos de que o sistema não produzia bons resultados. À vista do lento processo de colher informações das mais variadas fontes, acontecia que constantemente recebíamos dados que nos obrigavam a alterar, ampliar e corrigir trechos já impressos. Além disso, convencemo-nos logo de que, realizando reuniões anuais de apenas uma hora, não nos seria possível levar a cabo a empresa, nos restos de vida de que, provavelmente, todos nós ainda dispúnhamos.

Foram essas considerações que nos induziram a fazer a presente publicação, em forma de livro, trabalho que ora submetemos à apreciação de nossos antigos companheiros e do público em geral, cônscios de suas imperfeições e sem reclamar para ele outro mérito que o de constituir narrativa fiel de nossas reminiscências e dos dados que conseguimos coligir durante anos de diligente pesquisar, com relação a uma das mais notáveis tarefas jamais empreendidas por norte-americanos em solo alheio.

No momento em que presenciamos a dissipação das energias nacionais nas remotas Filipinas, é possível que nosso trabalho sirva para chamar a atenção dos responsáveis pelos destinos do país

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