bons olhos a atitude assumida pela Bolívia e deplorou as consequências que sofreria o progresso comercial da região banhada pelo Amazonas.
A guerra com o Chile dera boas lições à Bolívia e provocara, em sua vida política, o despertar de uma era de reformas e sábia orientação governamental. Privada de sua região costeira, a Bolívia começou a cultivar a amizade do Brasil, e, em princípios de 1882, por sua própria iniciativa, fez um acordo com o Império que lhe prometia granjear certas vantagens comerciais baseadas na construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Tendo em mente a pouca fé que manifestara a Bolívia nesse empreendimento, o Brasil exigiu que se inserisse no acordo uma cláusula assim redigida: "O presente tratado entrará em vigor quando for aberto o tráfego da estrada de ferro e por mais 50 anos a partir dessa data."
As frequentes declarações feitas na Inglaterra de que a construção da estrada era impossível ou impraticável, tinham de tal forma abalado a confiança do público que o Imperador resolveu verificar de vez a veracidade ou a falsidade de tais afirmativas, e, graças à sua insistência, em 1882 foi despachado um grande corpo de engenheiros para examinar todos os levantamentos anteriormente executados e elaborar um orçamento para a construção da estrada.
A expedição foi chefiada pelo Dr. C. A. Morsing, engenheiro de grande competência e energia, nascido na Suécia, educado nos Estados Unidos e naturalizado brasileiro. Os planos do Dr. Morsing foram bons, mas parece que ele não se revelou à altura das dificuldades que teria de enfrentar na prática, e, ao que conseguimos saber, nada mais