do Beni, Madre de Dios e Mamoré. Todavia, a montaria do índio ainda é usada no transporte de carga e passageiros entre Guajará-Mirim e Santo Antônio.
Provavelmente nenhum contemporáneo poderá, nem de leve, fazer ideia dos maravilhosos resultados que sem dúvida advirão do estabelecimento de um sistema perfeito de transporte entre esses dois pontos. É bem conhecido o fato de que, anos atrás, um comerciante de Trinidad, a fim de evitar as fadigas e as dificuldades da viagem por terra a La Paz, distante apenas 458 km em linha reta, desceu o Mamoré, o Madeira e o Amazonas até o Pará, daí seguiu por mar até Colon, cruzou o istmo do Panamá por estrada de ferro, viajou por mar até Molengo, no Peru, de novo por estrada de ferro até tomar o vapor no Lago Titicaca e, finalmente, depois de mais alguns quilômetros por estrada de rodagem, chegou ao seu destino. Isso dá bem ideia da importância dos rios bolivianos, como meios de comunicação, na situação atual. Não é provável que jamais se construa uma estrada de ferro que, partindo da costa do Pacífico, galgue os Andes para depois descer as planícies do norte e de leste da Bolívia, antes que a riqueza e a população do pais se desenvolvam prodigiosamente. Quais serão os resultados de se tornar essa vasta e fértil região facilmente acessível pela costa do Atlântico, ninguém pode, com segurança, predizer. Duas coisas, porém, são certas. O desenvolvimento comercial será maior que o previsto pelo Coronel Church e a nação que controlar a estrada de ferro Madeira-Mamoré certamente exercerá notável influência sobre a vida econômica das duas Américas.