de 2.000.000 de libras, que este último país recebeu "com a intenção de aplicar de preferência na construção de estradas de ferro e outras obras tendentes a melhorar as comunicações e desenvolver o comércio entre os dois países."
Soube-se, recentemente, que banqueiros de Nova York, com ligações na Europa, se comprometeram a dotar a Bolívia de uma rede de estradas de ferro no valor de 20.000.000 de libras, cuja chave se encontra no nosso quase esquecido plano de transporte fluvial, e, no momento em que estes originais vão para o prelo, a imprensa anuncia que o governo brasileiro fez um contrato assegurando a execução dos sábios planos elaborados pelo Coronel Church há 40 anos atrás e a imediata construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
Escrevendo em 1904, Dawson assim se referia à Bolívia: "Seus grandes recursos jamais poderão ser proveitosamente utilizados enquanto não se abrir uma saída praticável para o mar... As explorações realizadas por Heath nos tributários superiores do Madeira resultaram em descobrimentos que poderão habilitar a Bolívia a utilizar-se da magnífica e fértil planície que se estende ao sopé do planalto, até agora quase tão inacessível quanto o Polo Sul. Vastos rios navegáveis sulcam essa enorme região, que apenas espera a construção da estrada de ferro em torno das corredeiras do rio Madeira, para se comunicar com o Amazonas e o Atlântico".
Desde 1878, apesar dos obstáculos existentes acima de Santo Antônio, vários vaporzinhos foram lançados nos tributários do Madeira e hoje percorrem centenas de quilômetros pelas águas