O Brasil

dessas verdades, veio o príncipe embusteiro colocar-se na corrente do movimento, para desviá-lo em benefício próprio, ainda que pondo em risco a mesma unidade. Destarte, quando os abstrusos teoristas da unidade pela monarquia apontam motivos de desagregação, que foram eliminados ou dominados pelo governo monárquico, não fazem mais que registrar efeitos produzidos exclusivamente pela independência mentida, como a fizeram, efeitos cujos desenvolvimentos poderiam, realmente, ter recortado o Brasil. Se não, quais foram as dificuldades políticas a que teve de atender o governo da Independência? Desde logo, a desconfiança com que foi recebida a mesma independência tramada em benefício do reinolismo renitente, e realizada com os absolutistas da véspera. E a desconfiança desatou em efeitos de que o Brasil muito sofreu: protestos explícitos contra o modo como burlavam a nação; desorientação nuns, desânimo noutros, quando sinceramente pretendiam ação patriótica; reação na própria política imperial, desde que José Bonifácio, na sua indiscutível probidade política, procurou realizar um Estado alguma cousa brasileira; dissolução acintosa e pérfida da Constituinte, e pronunciados excessos contra os mais explícitos estadistas nacionais. Resultaram dali as crises violentas, essencialmente turbadoras e estiolantes por que passou o país, iludido, abocanhado pelo dinasta de curta aventura, em cuja alma lutavam as duas degenerações: de Carlota, fogosa e cruel, e do D. João, lorpa insídia covarde.

E, com isto, a revolução de 24 em que ressurge o legítimo Brasil a lutar pela sua independência; o estado de irritação desorientadora e desorganizante a que ficou reduzida a nação, agitada entre as aspirações brasileiras e as reivindicações do lusitanismo renitente.

Ao mesmo tempo que todo o país arquejava nas garras das comissões militares, com que o imperador português procurava eliminar o que era legitimamente