A FEDERAÇÃO BRASILEIRA
A revolução republicana se fez com chefes de ocasião, quase todos estranhos à propaganda... E foi peremptória; qualquer coisa como a essência mesma das necessidades nacionais conduziu os sucessos para o triunfo de 15 de novembro. Não houve ensaio de resistência, nem gesto de desgosto, nem hesitação de apreensão; e a Nação recebeu a República num tom natural, de sorriso, sereno, como quem se encontra com o esperado, para o renovar irrevogável de um destino completo... E a República, reclamada em nome de justiça, liberdade, competência de administração, jogo de opinião, autonomia local, honestidade, tolerância,a República se limitou a fazer a abolição da monarquia, com a federação das antigas províncias, para uma tal realização de governo que, finalmente, todas as misérias da vida interna do país se agravaram. Substituiu-se um déspota manso, limpo, de origem conhecida, por sucessivos e espalhados tiranos, nem sempre mansos, muitas vezes sujos; aboliu-se a centralização, para entregar as províncias à tirania voraz das oligarquias de enfeudados aos interesses dos grandes estados, numa subordinação mais degradante que a mal sinada centralização de antanho. De fato, desde que esta democracia de mentira assentou no que tinha de ser, foi para fazer-se o apanágio ostensivo dos que se tornaram donos de São Paulo e Minas Gerais. Se não, veja-se: como se faz a escolha dos mesmos governadores, ou presidentes, escolha de alcance essencialmente local?
Lá — São Paulo-Minas, senhoras de tudo, as respectivas oligarquias dispõem as coisas a seu bel prazer, sem dar conta a ninguém; mas já para Bahia, Pernambuco, Estado do Rio é preciso o aprazamento