história política contemporânea, a datar de 1840, sob o título de Estudo Comparado dos reinados do Sr. D. Pedro II e de Jorge III de Inglaterra — dedicando a este trabalho algumas horas, que posso furtar às preocupações parlamentares e do foro. A viagem, porém, ao Pará, separou-me dos livros, e interrompeu as minhas investigações.
Para resignar-me à interrupção, enquanto observo em todo seu desenvolvimento praticada a política do Imperialismo — escrevi sua biografia, passando em ligeira revista os principais sucessos da nossa vida política contemporânea. Este trabalho é talvez a síntese, o programma do Estudo Comparado, que deve compreender a análise de todos os fatos políticos, exposição de princípios constitucionais, retratos, e discussões parlamentares, se me não faltarem as forças no caminho encetado.
Creio, que sob o nome do Imperialismo, reconheci e denuncio a verdadeira causa, e única, da decadência política e social do país, embora deva incorrer no anathema-sit de todos os cortesãos (ou que se presumem tais) passados, presentes, e em perspectiva, quer nascidos de sangue azul, (espécie que não reconheço no Império), quer parvenus ou fidalgos em caricatura.
Prevejo que não faltará, pois, quem até me acuse de conspirar contra a monarquia, ou quando menos contra o imperante atual, formando, com as ligeiras linhas deste pequeno esforço de patriotismo, um tremendo libelo acusatório. Imagino já ver o puríssimo civismo dos imperialistas, as cândidas almas dos amigos do rei, taparem de envergonhado o rosto por tão inaudito escândalo.
Prevejo que recordarão as seguintes palavras de Jacques I de Inglaterra, como a quinta-essência do verdadeiro monarquismo: — "Assim como é ateísmo e