O Conselheiro Francisco José Furtado: biografia e estudo de história política contemporânea

PREFÁCIO

Este livro de Tito Franco de Almeida tem a sua história. Aparecido em 1867, foi grande a sua repercussão nos altos círculos do governo. Trata-se, em verdade, menos de uma biografia, no sentido comum dado a esse gênero literário, do que de um estudo de crítica política, em que é examinada à luz de certos fatos a prática do regímen constitucional monárquico, tida aos olhos do autor, como desvirtuada pela abusiva intervenção do poder pessoal do Imperador.

Dominava então o país o último Ministério presidido por Zacarias de Goes e Vasconcellos. O estadista baiano sucedera ao Marquês de Olinda, que por sua vez se havia seguido ao Conselheiro Francisco José Furtado.

Em luta o Brasil com o Paraguai, subordinada a política interna às fatais exigências da guerra, Furtado, que ascendera à presidência do Conselho em agosto de 1864, ante a série de embaraços que se lhe antolharam e aos quais não podia ser de todo estranha a acentuada coloração partidária que o distinguia, mal pôde conservar-se na chefia do Gabinete pouco mais de nove meses.

Francisco Furtado era um liberal histórico. Chamado ao governo em seguida ao advento dos progressistas, fora natural, consoante observa Joaquim Nabuco,

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