O Conselheiro Francisco José Furtado: biografia e estudo de história política contemporânea

blasfêmia criticar as ações de Deus, assim há rebelião e usurpação em discutir um súdito o que faz o 'rei na altura do seu poder'."(2) Nota do Leitor

Eles se acautelarão, sem dúvida, de acrescentar, que tão benéfica teoria produziu duas revoluções e a queda dos Stuarts. Nem pode ser outra a natural consequência da aspiração ao poder absoluto em um país livre (mormente americano), desprezando a Constituição e nulificando a nação representada em seu parlamento.

Tranquilizem-se os imperialistas; querendo a execução fiel da Constituição, não posso conspirar nem contra a monarquia, nem contra o atual imperante.

É a Constituição quem declara delegações da nação todos os poderes, que ela reconhece; ora, entre esses poderes indubitavelmente não está o Imperialismo.

Nem em 1823 e 1824 a nação quis a tutela imperial; nem a tem querido ou quererá jamais.

O Imperialismo é o que Chattam qualificava de influência perversa, e Rockingham de desastrosa e maléfica. Idêntica a causa, idênticas devem ser as consequências no Brasil.

Na fala do trono, ao abrir-se o parlamento inglês em 1831, creio ler as verdadeiras aspirações dos liberais quanto à pureza do sistema constitucional representativo:

"Dei-me pressa em recorrer, tão cedo quanto me foi possível, ao vosso conselho e auxílio, depois da dissolução do parlamento anterior. Meu fim, decretando essa dissolução, foi conhecer o pensamento do meu povo acerca da oportunidade de uma reforma na representação; chamo atualmente, para esta importante

O Conselheiro Francisco José Furtado: biografia e estudo de história política contemporânea  - Página 13 - Thumb Visualização
Formato
Texto