O Conselheiro Francisco José Furtado: biografia e estudo de história política contemporânea

logo executado. Preparada a mina fácil foi atear-lhe o fogo.

Sob o falso fundamento de que conspiravam contra a ordem pública, são no dia 13 de novembro presos por ordem do comandante das armas dous oficiais do exército, conhecidos por seus princípios liberais, e conduzidos para bordo de uma embarcação de guerra, e ao mesmo tempo fazem correr boatos de que outras prisões se dariam dentre os chefes da oposição. E ela que via burladas suas esperanças e as promessas do governo, e ameaçada a liberdade de muitos dos seus, não esperou por novas violências para romper. Começaram os mais exaltados a reunir-se em vários pontos, em clubes noturnos, onde os espíritos juvenis e mais fogosos iam retemperar-se em novas iras, e crescer de entusiasmo, incitados pelos Judas que, antes de dar-lhes o último ósculo, ali concorriam com a missão secreta de perdê-los, aconselhando-lhes medidas extremas de morticínio, que foram sempre repelidas, e demora no rompimento declarado e com as armas na mão, aquelas para agravar-lhes a sorte e desacreditá-los, se fossem aceitas, e esta para dar tempo às autoridades, a fim de com mais espaço e vagar poderem desassombradamente tomar suas providências. Perdeu ela seis dias nessas vãs reuniões, até que na noite de 19, dado o sinal para o levantamento, correm os mais afoitos à praça onde acham-se sós, inermes, e por contrária a força pública!

Abandonados e traídos, só então conheceram a cilada em que haviam caído... Dez foram as vítimas escolhidas, para servirem de holocausto à vindita do poder..." (*)Nota do Autor

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