da cena política por ciúmes de preponderância, este notável estadista... se constituíra o fundador e pontífice da seita palaciana...
Donde vinha pois tão anômala organização de gabinete? Como fora aceita? Capricho infantil, ou trama palaciano, o gabinete de 24 de julho tinha no ministro dos estrangeiros o princípio dissolvente.
O que ia fazer o ministério? Os seus mais dedicados amigos o ignoravam. Pela minha parte vi com a mais dolorosa surpresa que, tomado o castelo, depois de assédio tão prolongado e assalto tão perigoso, os generais não houvessem içado nos torreões a nossa bandeira vitoriosa.
Como porém fazê-lo, se a organização ministerial não era o produto de uma combinação política, nem exprimia como se devera esperar, o triunfo do programa que a oposição sustentava desde 1838?
Parecia, que um dos corolários imediatos do que ocorrera era a dissolução da Câmara dos deputados, e a convocação de outra, que viesse reconsiderar o que pudesse haver de inconstitucional na legislação novíssima, e iniciar a política do segundo reinado.
Assim era preciso, até para que a soberania nacional se pronunciasse quanto ao bill de indenidade de que careciam os autores da maioridade.
A dissolução teria poupado à moralidade pública o vergonhoso espetáculo de uma Câmara, que apoiou sem tergiversar o ministério parlamentar de 1837, o ministério regencial de 1839, e o ministério oligárquico de 1840, e que em seguida, depois de haver alternadamente condenado e aplaudido a maioridade, acompanhou servilmente o ministério maiorista, e terminou sua carreira abnóxia como rabadilha do ministério palaciano de 23 de março de 1841."