O Conselheiro Francisco José Furtado: biografia e estudo de história política contemporânea

Mato Grosso seriam um bom presente a Lopez contra nós...

O Sr. Silveira da Motta: - Apoiado; seria uma simplicidade.

O Sr. Furtado: - E se isto tivesse acontecido, Sr. Presidente, o que não diriam os profetas post facta? Diriam — que simplicidade! que inaptidão dos ministros! se não dissessem, que mandávamos de propósito esses dous vapores de presente a Lopez.

Quanto ao vapor de guerra, que S. Exa. disse, que mandamos vir de Mato Grosso, é uma perfeita ilusão de S. Exa.; é um vapor imaginado. Não veio de lá vapor algum de guerra. O meu nobre amigo, senador por Maranhão, ex-ministro dos negócios estrangeiros no gabinete de 31 de agosto, foi à repartição competente indagar do fato, e soube que não veio de Mato Grosso senão um patacho à vela, que não tinha artilharia.

Acerca da acusação que nos fez S. Exa. de havermos enviado para o Sul tropas não aclimatadas, o que deu ocasião a S. Exa. exclamar tomado de indignação: — embarque indigno de um governo civilizado! — é uma tremenda acusação que se responde com uma simples observação: — a necessidade. — Não tínhamos tropas aclimatadas e éramos obrigados a embarcar as que tínhamos, e a correr esse e outros muitos perigos pela urgência das circunstâncias; assim como o de mandar tropas bisonhas para a guerra; tropas que, entretanto, quando comandadas pelo bravo dos bravos (o marechal Ozorio), nunca sofreram desaire. Não tínhamos por nós o tempo, não podíamos pedir uma dilação a Lopez, para que nos deixasse aclimatar as tropas que tínhamos para combatê-lo no Sul.

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