O Conselheiro Francisco José Furtado: biografia e estudo de história política contemporânea

E faz-nos semelhante censura o ilustrado senador por São Paulo, que aconselhava, na sua memória, que não mandássemos a guarda nacional, e que das quatro populosas províncias - Rio de Janeiro, São Paulo, Minas e Bahia - exigíssemos menos gente do que das outras! Com quem faríamos a guerra? Com quem sustentaríamos a honra nacional?

Creio, Sr. Presidente, haver respondido à censura do nobre senador: vou terminar.

Não quero, como já disse, retaliar. Seja-me porém permitido uma observação. S. Exa. disse que nós devíamos adivinhar, à vista do protesto de Lopez, que este nos faria necessariamente a guerra, se invadíssemos o Estado Oriental, e devíamos proceder logo como contando com essa guerra. Isto me autoriza perguntar à S. Exa.: por que S. Exa. tão experiente, tão conhecedor dos negócios do Paraguai, não adivinhou, ou não previu, que as fortificações que com seus conselhos S. Exa. ajudara Lopez pai a construir contra Rosas, como confessa na sua memória, viriam a ser contra nós? Porque S. Exa. não lembrou isto aos seus amigos, quando no poder, para que tomassem algumas providências a fim de que não fôssemos tomados tão desprevenidos, como fomos pelo filho? Parece que S. Exa. não foi só demasiadamente severo, foi mais que injusto com o gabinete de 31 de agosto.

Sr. Presidente, os membros desse gabinete, no pouco tempo que governaram, não fizeram certamente tudo quanto desejavam em benefício do país; diz-lhes, porém, a consciência, que fizeram quanto era razoavelmente possível.

Acabaram em menos de seis meses uma guerra com o governo do Estado Oriental. Deixaram muito material de guerra acumulado, mandaram vir outro, elevaram o exército a 35 mil homens, além de alguns

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