da Câmara temporária, era-lhes todavia forçoso respeitar o seu direito, acatar a sua dignidade, e sujeitar-se bom ou mau grado seu às condições indeclináveis do governo da Constituição. Nós esperávamos que eles o fizessem que respondessem ao apelo dos representantes do país; e o esperávamos menos de seu afinco aos princípios parlamentares do que da gravidade do caráter, que se deve supor em homens, que ocuparam eminentes posições no país. Mas assim não sucedeu; tanto o ministro da justiça, como o presidente do conselho recusaram comparecer na Câmara, sob o fútil pretexto de suas ocupações, como se não fora a primeira das ocupações de ministros da coroa informar o corpo legislativo sobre a direção, que pretendem dar aos negócios públicos.
A Câmara dos deputados acolheu com vivas sensações de surpresa e indignação semelhante resposta dos dous ministros, em que reluzia o desprezo sem rebuço para o sistema representativo, e o nenhum caso que lhes merece a opinião pública. A este insulto a Câmara opôs a única réplica, que convinha à sua dignidade desconhecida; e foi a ordem do dia motivada, que em outro lugar publicamos, e irá anunciar ao Brasil inteiro o que se pode aguardar de um gabinete, que assim vilipendia os seus legítimos representantes.
A Câmara acabava de votar a ordem do dia motivada quando recebeu-se o decreto imperial adiando-a para 23 de abril do ano futuro.
Eis o primeiro fruto que nos deu este repentino retrocesso da opinião liberal, para um sistema político, que tão caro já custou ao nosso malfadado país!"
XXXII. — A moção motivada foi esta:
"O Sr. Christiano Ottoni: - Penso, sr. presidente, que a Câmara sem descer da sua dignidade não