para fazer algumas observações a respeito da dissolução do ministério de 31 de maio e da organização do atual. Tenho mesmo alguns apontamentos do que na casa se têm dito, sobre os quais muito desejava ocupar um pouco a atenção de meus nobres colegas: porém, à vista do que se passa, toda a discussão é inútil.
Sabe V. Exa. que o sr. ministro da justiça, convidado a tomar parte nesta casa em uma discussão importante, respondeu desdenhosamente que negócios de sua repartição o impediam de comparecer como se houvesse para um novo ministro negócio mais urgente do que procurar obter o apoio do país.
Na mesma hora em que vinha à Câmara este ofício mandava S. Exa. rodeá-la de patrulhas armadas, e dizem que municiadas.
E note V. Exa. que o sr. desembargador Paranhos ainda era chefe de polícia; e que, segundo asseveram muitos senhores deputados, ignorava que houvesse receio de perturbação da ordem. Ignorava que se tivesse colocado força em derredor do recinto da Câmara. O Sr. Paranhos não estava ainda demitido; mas S. Exa. o Sr. Eusebio se colocava ele mesmo à testa dessas manifestações de força para aterrar a população. Pode ser que o negócio, que impediu o Sr. Eusebio de cá vir, fosse a distribuição de munições aos pedestres e soldados da polícia.
E nem deve admirar, que um ministério assim desautorasse o seu delegado e calcasse aos pés a própria dignidade, agora que vemos a insolência com que trata a Câmara dos deputados (muitos apoiados e alguns não apoiados). A Câmara sem dúvida recebeu como insulto o procedimento do sr. ministro da justiça, mas ainda esperava que o ministério voltasse a si, e melhor cumprisse seus deveres.