que sentissem os liberais ser deles a situação. E desse sentimento ninguém melhor devia participar que Tito Franco, tendo-se em vista, além da identidade das ideias, os laços de velho afeto que o ligavam ao Chefe do Gabinete de 31 de agosto. Mas os acontecimentos, sempre mais fortes que os desejos dos homens, não tardaram em decepcionar tão ardentes esperanças.
Jurista, orador, jornalista, publicista, advogado, financista, Tito Franco de Almeida impôs-se desde cedo no mundo intelectual brasileiro. Vindo eleito deputado pelo Pará em 1857, ocupou logo posição de destaque no Parlamento do Império, onde as suas atitudes foram sempre desassombradas e independentes.
O movimento chamado da Conciliação, que marcou uma época da nossa história política, não lhe mereceu as simpatias; inspirou-lhe antes aceradas censuras. Da Conciliação à Liga, ao Progressismo, pouco lhe variou a orientação.
Liberal histórico, não se conformava com uma política que não fosse nitidamente definida nos rumos do puro liberalismo. Monarquista convicto, irredutível, como provou ser nas horas das provações, foi entretanto dos que mais asperamente criticaram o modo por que se conduzia o regímen. Os adversários da Monarquia iam não raro buscar nos escritos do ilustre publicista — principalmente na Biografia do Conselheiro Francisco José Furtado — argumentos de peso contra o trono. Tito Franco, porém, combatia o rei para melhor servi-lo...
Poucos livros deveria ter lido D. Pedro II com uma tão vigilante atenção, como leu esse do liberal paraense. Leu-o de lápis na mão, anotando-o paciente quase todo. O famoso lápis fatídico, de que tanto se falou, e com o qual costumava o Soberano fulminar o destino de políticos e magistrados que lhe perdiam