O Rio de Janeiro e seus arredores em 1824

Dona Ana ou Dona Isabel, Senhor Carlos ou Senhor Ernesto, etc.

Os estrangeiros dividem-se no Rio em três nacionalidades que, salvo pouquíssimos casos, mantêm socialmente pouco contato entre si. Os ingleses compõem, sem discussão, a classe mais respeitada pela sua afluência, seus privilégios e mais longa permanência, razão pela qual a todo forasteiro bem vestido chamam aqui de "Senhor inglês". Estritamente inglês é seu modo de vida; as mulheres só se dão com suas compatriotas. A maioria mora em chácaras pelos arrabaldes, onde os maridos passam as noites assim como os feriados.

Os alemães parecem mesclar-se mais com a gente da terra. Alguns já casaram com portuguesas; poucos, porém, construíram casa própria. Comercialmente vêm ganhando terreno cada ano, contando-se entre eles alguns já solidamente estabelecidos e influentes.

Os franceses são de longe a colônia mais numerosa, mas, constituída na maior parte de boutiquiers, não gozam de maior consideração, raras sendo as exceções. Quanto ao elemento feminino, dizem que muitas pertenceram em sua terra ao mundo galante. Até que ponto isso é verdade, não pude certificar-me. Aquelas, porém, que tive ocasião de conhecer, eram perfeitamente respeitáveis e gentis.

No que concerne a diversões públicas, a situação é lamentável; na verdade, não existem de todo. O brasileiro

O Rio de Janeiro e seus arredores em 1824 - Página 207 - Thumb Visualização
Formato
Texto